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Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG): Entendendo os Critérios, Comorbidades e Diferenças em Relação a Outros Transtornos de Ansiedade


Os transtornos de ansiedade estão entre as condições de saúde mental mais comuns, afetando milhões de pessoas globalmente. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 3,6% da população mundial sofre de ansiedade patológica. Neste blog, exploraremos em detalhes o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), seus critérios diagnósticos conforme o DSM-5-TR, comorbidades associadas e exemplos práticos. Além disso, abordaremos outros transtornos de ansiedade que podem ser confundidos com o TAG, destacando a importância do diagnóstico preciso.


O Que é Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)?

O TAG é caracterizado por preocupação excessiva e persistente sobre diversos aspectos da vida (trabalho, saúde, família, etc.), mesmo quando não há motivos reais para alarme. Diferente de uma ansiedade situacional, o TAG é crônico, durando pelo menos 6 meses, e está associado a sintomas físicos e cognitivos debilitantes.


Critérios Diagnósticos do DSM-5-TR para TAG

  1. Preocupação excessiva difícil de controlar, ocorrendo na maioria dos dias por pelo menos 6 meses.

  2. A ansiedade está associada a três ou mais dos seguintes sintomas:

    • Inquietação ou sensação de nervosismo.

    • Fadiga.

    • Dificuldade de concentração.

    • Irritabilidade.

    • Tensão muscular.

    • Perturbações do sono.

  3. A ansiedade causa prejuízo significativo em áreas sociais, profissionais ou outras.

  4. Os sintomas não são atribuíveis a substâncias, condições médicas ou outros transtornos mentais.


Exemplo Prático: Maria, 35 anos, preocupa-se constantemente com a segurança dos filhos, mesmo sabendo que estão na escola. Ela tem dificuldade para dormir, sente dores musculares e evita compromissos sociais por medo de que "algo ruim aconteça".


Comorbidades Associadas ao TAG

Pacientes com TAG frequentemente apresentam condições coexistentes:


  1. Depressão Maior: Até 60% dos pacientes com TAG têm histórico de depressão (APA, 2022).

  2. Outros Transtornos de Ansiedade: Como fobia social ou transtorno do pânico.

  3. Abuso de Substâncias: Uso de álcool ou benzodiazepínicos para alívio sintomático.

  4. Doenças Crônicas: Hipertensão e síndrome do intestino irritável (Souza et al., 2020).


Outros Transtornos de Ansiedade do DSM-5-TR: Como Diferenciá-los do TAG?

O DSM-5-TR agrupa diversos transtornos que podem ser confundidos com o TAG. Abaixo, destacamos os principais:


1. Transtorno de Ansiedade de Separação

  • Critérios: Medo excessivo de se separar de figuras de apego, comum em crianças (mas também em adultos).

  • Exemplo: João, 8 anos, recusa-se a ir à escola e tem pesadelos sobre perder os pais.

  • Diferença do TAG: Foco específico na separação, não em preocupações generalizadas.

2. Fobia Específica

  • Critérios: Medo intenso e irracional de objetos/situações específicas (ex.: aranhas, voar).

  • Exemplo: Ana entra em pânico ao ver um cachorro, mesmo que ele esteja preso.

  • Diferença do TAG: A ansiedade é restrita a um estímulo claro, não difusa.

3. Transtorno do Pânico

  • Critérios: Ataques de pânico recorrentes e inesperados, seguidos de medo de novos episódios.

  • Exemplo: Carlos, 28 anos, tem sudorese e taquicardia repentinas, sem gatilho aparente.

  • Diferença do TAG: O foco são os ataques agudos, não a preocupação persistente.

4. Transtorno de Ansiedade Social (Fobia Social)

  • Critérios: Medo de situações de avaliação social (ex.: falar em público).

  • Exemplo: Laura evita reuniões no trabalho por medo de ser julgada.

  • Diferença do TAG: Ansiedade restrita a contextos sociais.

5. Agorafobia

  • Critérios: Medo de lugares onde escapar seria difícil (ex.: multidões, transporte público).

  • Exemplo: Pedro evita shoppings por medo de ter um ataque de pânico.

  • Diferença do TAG: A ansiedade está ligada a ambientes específicos.

6. Mutismo Seletivo

  • Critérios: Incapacidade de falar em situações específicas (ex.: escola), apesar de conseguir em outros contextos.

  • Exemplo: Sofia, 6 anos, só fala em casa, nunca na presença de professores.

  • Diferença do TAG: Comportamento seletivo, não relacionado a preocupações gerais.

7. Transtorno de Ansiedade Induzido por Substâncias

  • Critérios: Ansiedade clinicamente significativa devido ao uso de substâncias (ex.: cafeína, cocaína).

  • Exemplo: Lucas apresenta crises de ansiedade após consumir energéticos com alta dose de cafeína.

  • Diferença do TAG: Sintomas têm relação temporal clara com o uso da substância.

8. Transtorno de Ansiedade Devido a Outra Condição Médica

  • Critérios: Ansiedade diretamente causada por uma condição física (ex.: hipertireoidismo).

  • Exemplo: Rita desenvolveu taquicardia e nervosismo após diagnóstico de hipertireoidismo.

  • Diferença do TAG: Etiologia ligada a uma doença orgânica.


Por Que o Diagnóstico Diferencial é Essencial?

Muitos sintomas de ansiedade se sobrepõem, mas o tratamento varia conforme o transtorno. Por exemplo, o TAG requer abordagens como terapia e medicamentos (ISRS), enquanto a fobia social pode demandar exposição gradual.

Conclusão: O Destaque do TAG

O Transtorno de Ansiedade Generalizada destaca-se pela persistência e generalidade das preocupações, impactando múltiplas áreas da vida. Na Clínica PsicoVivendo, oferecemos avaliação especializada para diferenciar o TAG de outros transtornos, garantindo tratamentos personalizados e baseados em evidências.


Se identificar sinais de ansiedade em você ou em alguém próximo, busque ajuda profissional. A intervenção precoce transforma vidas!


Este conteúdo foi revisado pela equipe de psiquiatras e psicólogos da Clínica PsicoVivendo. Para agendar uma consulta, visite nosso site ou entre em contato pelo telefone (47) 3240-0805.



Referências Científicas

  • American Psychiatric Association. (2022). Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-5-TR).

  • Souza, G. G. L., et al. (2020). Comorbidity between anxiety disorders and chronic diseases: A integrative review. Journal of Anxiety Disorders.

  • Kessler, R. C., et al. (2012). Lifetime prevalence and age-of-onset distributions of DSM-IV disorders. National Comorbidity Survey Replication.



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