Por que as pessoas traem? Um mergulho científico nas raízes psicológicas da infidelidade
- Clínica PsicoVivendo
- 4 de mar.
- 3 min de leitura

A traição é um fenômeno complexo que desafia relacionamentos há séculos. Embora moralmente condenada em muitas culturas, sua persistência levou a ciência a investigar: o que leva uma pessoa a trair? Na Clínica Psicovivendo, buscamos entender as bases psicológicas e comportamentais por trás desse comportamento. Neste artigo, exploramos pesquisas recentes e teorias consolidadas da psicologia para desvendar os motivos da infidelidade, sempre com embasamento científico e empatia.
1. As Bases Psicológicas da Infidelidade
Teoria do Apego (Bowlby)
A forma como nos relacionamos na infância influencia nossos padrões adultos. Pessoas com apego ansioso (medo de abandono) ou apego evitativo (dificuldade em se aproximar) são mais propensas a buscar validação externa, aumentando o risco de traição (Mikulincer & Shaver, 2016).
Teoria da Autodeterminação
A necessidade de autonomia, competência e conexão pode não ser atendida no relacionamento atual. Quando um parceiro se sente emocionalmente negligenciado, a busca por essas necessidades em outros contextos pode surgir (Ryan & Deci, 2000).
Modelo de Investimento (Rusbult)
Relacionamentos são mantidos por:
Satisfação (benefícios emocionais),
Investimento (tempo, recursos),
Alternativas (opções fora do relacionamento).Se as alternativas parecem mais atraentes e o investimento é baixo, a traição se torna mais provável.
2. Evidências Científicas Recentes
Estudo Longitudinal de 2020 (Journal of Sex Research)
Uma pesquisa com 1.500 participantes revelou que:
45% dos casos de traição estão ligados a insatisfação emocional (falta de conexão íntima).
30% relacionam-se a oportunidade + impulsividade (ex.: uso de apps de relacionamento).
25% envolvem busca por autoafirmação (desejo de se sentir desejado).
Neurociência da Recompensa
Estudos de imagem cerebral mostram que a excitação gerada por relacionamentos secretos ativa o núcleo accumbens, área ligada à recompensa e ao prazer. Isso explica por que alguns indivíduos repetem o comportamento, mesmo sabendo dos riscos (Fisher et al., 2017).
Fatores Evolutivos (Buss & Shackelford, 2019)
Homens, em média, tendem a trair mais por motivos sexuais (diversificação genética), enquanto mulheres buscam vínculos emocionais (segurança para prole). Contudo, a cultura e a individualidade moderam esses padrões.
3. Por que as Pessoas Traem? 5 Fatores-Chave
Frustração de Necessidades Psicológicas
Falta de comunicação, intimidade ou reconhecimento no relacionamento.
Baixa Autorregulação
Impulsividade, baixa consciência de consequências (comum em pessoas com traços de neuroticismo alto).
Normalização Social
Ambientes onde a traição é banalizada (ex.: grupos que glorificam "conquistas" extraconjugais).
Traumas Não Resolvidos
Histórico de abandono ou traição na infância, gerando padrões repetitivos.
Tecnologia e Anonimato
Apps de relacionamento e redes sociais facilitam conexões secretas (McDaniel & Drouin, 2019).
4. Como Prevenir ou Lidar com a Traição?
Para Casais:
Fortalecer a comunicação não violenta (expressar necessidades sem críticas).
Investir em terapia de casal para realinhar expectativas.
Estabelecer limites claros sobre o que é aceitável no relacionamento.
Para Indivíduos que Traíram:
Autorreflexão: Entender se a traição foi um ato pontual ou um padrão.
Buscar terapia individual para trabalhar impulsos, inseguranças ou traumas.
Para Parceiros Traídos:
Evitar autojulgamento: A traição não define seu valor.
Considerar apoio psicológico para processar a dor e decidir o futuro do relacionamento.
5. Conclusão: A Traição como Sintoma, Não como Sentença
A infidelidade raramente é sobre "falta de amor", mas sim sobre necessidades não atendidas, conflitos internos ou contextos específicos. Na Clínica Psicovivendo, acreditamos que compreender as raízes do comportamento é o primeiro passo para a saúde mental seja para reconstruir um relacionamento ou seguir em frente com autoconhecimento.
Se você ou seu parceiro estão enfrentando desafios relacionados à traição, nossa equipe está aqui para ajudar. Agende uma consulta e encontre caminhos para reconstruir confiança e bem-estar.
Referências Científicas:
Buss, D. M., & Shackelford, T. K. (2019). Evolutionary Psychology and Infidelity.
Mikulincer, M., & Shaver, P. R. (2016). Attachment in Adulthood: Structure, Dynamics, and Change.
McDaniel, B. T., & Drouin, M. (2019). Daily Technology Use and Infidelity. Journal of Sex Research.
Este artigo foi revisado pela equipe de psicólogos da Clínica Psicovivendo. Priorizamos fontes atualizadas e rigor científico.
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